No caso de contas de energia do Grupo A (Alta tensão), para calcular a geração desejada para zerar o consumo tanto no fora ponta, como na ponta, a relação de geração de energia e abatimento na conta não pode ser de 1 para 1. 

Isso acontece porque o custo de energia no horário de ponta é diferente consumo na ponta. No Brasil, o horário de ponta é um intervalo de 3 horas consecutivas, entre as 17hs e 22hs, em dias úteis, variando de concessionária para concessionária. Portanto, quando aplicamos o princípio de oferta x demanda, no momento que eu tenho mais pessoas procurando energia, ela se torna mais cara.

Segundo o Caderno Temático de Micro e Minigeração Distribuída disponibilizado pela Aneel, “para as unidades consumidoras que dispõem de tarifa horária, a energia injetada deve ser utilizada, prioritariamente, para abater o consumo mensal no mesmo período (ponta ou fora ponta). Caso haja sobra, esse saldo será utilizado para reduzir o consumo no outro posto tarifário, após a aplicação de um fator de ajuste.”

Nesse caso, o excedente de energia injetada na rede no período fora de ponta deve passar por um fator de ajuste para abater o consumo na ponta.

Este fator de ajuste é o resultado da divisão da tarifa fora de ponta pela tarifa de ponta, quando o excedente no posto fora de ponta.

Nesse exemplo, o valor da tarifa na ponta é de 0,34088754. Já a tarifa fora da ponta é de 0,12764123.

O fator de ajuste é a tarifa de energia do horário onde foi gerado (fora ponta) dividido pela tarifa de energia onde eu quero compensar (ponta).

Nesse exemplo, o fator de ajuste é  0,12764123 / 0,34088754 = 0,37443795

O Luvik apresenta no quadro “Dimensionamento recomendado” o cálculo da aplicação do fator de ajuste.

Pode-se observar que para zerar o consumo na ponta, é necessário 614,25 kWh/mês. Ou seja, 230 kWh do consumo médio na ponta dividido pelo fator de ajuste 0,37443795 (230 / 0,37443795 = 614,25).

Nesse exemplo portanto, para zerar o consumo na ponta e fora ponta é necessário a geração de 1500 +  614,25 = 2.114,25 kWh/mês.

Fonte: Blog Vinicius Ayrao